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Estudo mostra que queima calórica em repouso é maior no fim da tarde e no começo da noite

Pessoas gastam 10% mais calorias nesses períodos do que nas primeiras horas da manhã

O número de calorias que uma pessoa queima em repouso varia de acordo com o período do dia. Essa foi a constatação de um estudo publicado nesta quinta-feira, 8, na revista científica Current Biology, que mostrou que o gasto calórico pode ser 10% maior no final da tarde e no início da noite. O achado reforça a importância do ciclo circadiano – espécie de relógio biológico interno – para conduzir o metabolismo.

“O fato de que fazer a mesma coisa em determinado horário do dia queimou tantas calorias a mais do que fazer em horários diferentes nos surpreendeu”, diz a autora principal do estudo Kirsi-Marja Zitting, da Divisão de Distúrbios Circadianos e do Sono do Hospital Brigham and Women ligado à escola de Medicina de Harvard.

Para realizar o estudo, os pesquisadores avaliaram as mudanças que ocorrem no metabolismo ao longo do dia que estão além dos efeitos das atividades, do ciclo de sono-vigília e da dieta. Eles observaram um grupo com sete pessoas que ficaram em um laboratório especial sem janelas, relógios, celulares, internet nem outros dispositivos que pudessem dar pistas sobre as horas ou o período do dia. Os participantes indicaram horários para dormir e acordar, mas, a cada noite, eles eram ajustados em quatro horas a mais, de modo que se reproduzia a sensação de se viajar, para a direção oeste, por quatro fusos horários todos os dias durante três semanas.

“Como eles estavam fazendo o equivalente a dar à volta ao globo terrestre todas as semanas, o relógio interno de seus corpos não conseguiam acompanhar isso e, então, oscilavam em seu próprio ritmo”, explica a coautora Jeanne Duffy, que é integrante do mesmo departamento. “Isso nos permitiu medir a taxa metabólica em todos os diferentes horários biológicos do dia”.

O estudo mostrou que a energia gasta em repouso é menor na fase circadiana que os pesquisadores designaram como ~0°, correspondente à diminuição da temperatura corporal no final da noite biológica. O gasto energético foi maior na fase circadiana ~180°, cerca de 12 horas depois, na tarde até a noite biológicas.

O quociente respiratório dos participantes, que reflete a utilização dos macronutrientes, também apresenta variações de acordo com o ciclo circadiano. Essa medida foi menor no início da noite e maior na manhã biológica.

Impacto

Segundo os pesquisadores, os dados apontam a primeira caracterização do perfil circadiano no gasto energético e no quociente respiratório em jejum, à parte de outros fatores, como os efeitos de atividades e a dieta em seres humanos.

“Não é apenas o que nós comemos, mas quando nós comemos e repousamos. Isso tem impacto em quanta energia nós queimamos ou estocamos como gordura”, explica Jeanne. “A regularidade de hábitos como comer e dormir é muito importante para a saúde em geral.”

A pesquisa também ajuda a explicar o motivo de horários irregulares para comer e dormir, no caso de quem trabalha em turnos, por exemplo, tornar as pessoas mais propensas a ganhar peso.

O próximo passo do grupo de pesquisadores é investigar como o apetite e as respostas do corpo à comida variam de acordo com o período do dia. Eles também estão estudando como o tempo, a duração e a regularidade do sono influenciam essas respostas.

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