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Expostos a metais, profissionais que trabalham na lama de Brumadinho correm riscos

O Ministério da Saúde anunciou que vai acompanhar, nos próximos 20 anos, aproximadamente mil profissionais envolvidos no resgate e buscas às vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho. Além de bombeiros, agentes da Força Nacional de Segurança, Defesa Civil e Ibama, entre outros estão na “lista”. Esses trabalhadores estão em contato direto com “ferro, manganês e alumínio, comumente encontrados nos rejeitos de minério de ferro. Mas existe também a possibilidade da presença de outras substâncias, como cobre, cromo, chumbo e arsênio. Agentes envolvidos nas buscas já começam a apresentar alterações em testes que indicam parâmetros de saúde e especialistas alertam para riscos da exposição a esses elementos químicos. Ameaças associadas à nutrição e ao risco de desenvolvimento de doenças a longo prazo”, informou o jornal Estado de Minas.

Ainda de acordo com o jornal, o estudo de coorte (conjunto de pessoas que têm em comum um evento que se deu no mesmo período) vai avaliar doenças que estejam relacionadas diretamente ao desastre, como a contaminação por metais pesados e leptospirose. O primeiro passo do monitoramento será a coleta de amostras de sangue e urina, que seguirão para análise no Instituto Evandro Chagas, referência para essa ação.

O jornal acrescentou: “no fim de fevereiro, quatro exames feitos em bombeiros que trabalharam nas buscas e resgates já haviam mostrado alteração na quantidade de alumínio e cobre no sangue. Três exames se apresentaram alterados para o parâmetro alumínio e um apontou presença de cobre. No entanto, conforme nota divulgada pelo governo de Minas Gerais, a alteração nesses parâmetros não significa intoxicação aguda por esses metais e essas pessoas permanecem assintomáticas”.

Risco

“O excesso de alumínio no organismo, segundo estudos recentes, mostra correlação com doenças como mal de Alzheimer, e alguns tipos de câncer. Pode haver alterações crônicas de problemas intestinais e casos de anemia. Diana Coulon, nutricionista integrativa funcional aiurvédica, afirma que esse é um assunto sério e que falta à maioria das pessoas, inclusive aos bombeiros, consciência da gravidade de como a saúde pode ser afetada. ‘Primeiro, o risco de desidratação em decorrência do esforço e desgaste causados pela exposição a uma situação extrema de calor e lama densa; segundo, a desnutrição, por que metais pesados se ligam a receptores hormonais, roubando o lugar de vitaminas e minerais essenciais à saúde, como iodo, cálcio, zinco, selênio etc.’”, escreveu o Estado de Minas.

O jornal segue: “Conforme a nutricionista, o contato com metais como ferro e alumínio preocupa, porque ‘o ferro é um mineral oxidante, ou seja, tem grande capacidade de gerar estresse oxidativo em nossas células, fazendo-nos produzir mais radicais livres, substâncias relacionadas ao envelhecimento celular e doenças. O alumínio está associado a alterações do sistema nervoso central, demência e ao mal de Alzheimer’”.

Um comentário

  1. ABSURDO QUE ESSAS MINERADORAS LIDERADAS PELA VALE S/A CONTINUEM A POLUIR E ACABAR COM OS MANANCIAIS DE ÁGUA. Cadê CODEMA, FEAM, COPAM e outros Órgãos de controle ambiental mantidos COM OS IMPOSTOS QUE PAGAMOS e que tem a obrigação legal de agir quando são demandados: IGAM, Comitê da Bacia do Rio das Velhas, Subcomitês das bacias dos Rios, IEF, IBAMA, ICMBio, MPMG, e outros? Será que nenhum destes Órgãos vai resolver as questões desta mineradora que matou centenas de pessoas e nascentes de água em Mariana, Itabirito, Moeda e Brumadinho?

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