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Vale recebe autorização para retorno parcial no Complexo de Vargem Grande

A mineradora Vale, informou na última terça-feira (23) de julho, através de seu portal (site) sobre o retorno parcial das operações a seco no Complexo de Vargem Grande.

Segundo a mineradora a Agência Nacional de Mineração (ANM), autorizou a retomada parcial das operações a seco no Complexo de Vargem Grande, localizado em Nova Lima/MG. As operações estavam interrompidas pela mesma agência desde o último dia 20 de fevereiro de 2019, para evitar eventuais tragédias como há que aconteceu em Brumadinho/MG, em 25 de janeiro de 2019, que resultou em um dos maiores desastres com rejeitos de mineração no Brasil.

No mês passado, o nível de segurança da barragem do complexo foi reduzido de 2 para 1, permitindo que 49 moradores das vilas A e Codornas – que fazem parte da Zona de Autossalvamento (ZAS) da barragem Vargem Grande – retornassem para suas casas.

Confira na íntegra a publicação feita pela mineradora:

A Vale informa sobre a autorização da Agência Nacional de Mineração (ANM) para o retorno parcial das operações a seco do Complexo de Vargem Grande.

A referida autorização possibilitará o retorno parcial e progressivo das operações a seco do Complexo, totalizando em torno de 5Mt de produção adicional em 2019 e incrementando, como consequência, a oferta de Brazilian Blend Fines (BRBF).

A Vale reafirma seu guidance de vendas de minério de ferro e pelotas de 307-332 Mt em 2019, anteriormente divulgado, e informa que a expectativa atual é que as vendas se situem ao redor do centro da faixa.

Um comentário

  1. Meu nome é José Eustáquio Salvador de Oliveira. Sou Técnico de Mineração ETFOP e Engenheiro de Minas EEUFMG. Historicamente o processo de concentração do minério de ferro adotado pela VALE S/A nas minas onde as barragens se romperam e nas outras minas interditadas se denomina Flotação. É a separação dos rejeitos do minério por aeração com base nas características físico-químicas dos componentes da mistura. Trata-se da separação da parcela mais rica em ferro dos minérios após serem britados e finamente moídos. A parcela rica em ferro é separada dos rejeitos que são a sílica, alumina e outros contaminantes. Neste tratamento industrial o minério passa por um processo que propicia a “flutuação” da parcela mais leve rica em sílica e alumina por aderência às bolhas de ar na aeração da mistura do minério bruto (ROM – Run of Mine) moído conjuntamente com os aditivos e água. Este material recebe o nome de “polpa”. Para isto são utilizados separadores onde se colocam esta polpa. O nome do minério de ferro no Quadrilátero Ferrífero é o Itabirito, composto por camadas sucessivas de ferro e outras camadas de sílica contaminada com alumina e outros componentes minerais menores. O concentrado de ferro se deposita no fundo dos separadores e os aditivos utilizados fazem com que a parte menos densa “flutue” por adesão às bolhas de ar que são insufladas nas “bacias” dos Separadores. Este rejeito dos separadores são posteriormente depositados nas barragens de rejeito junto com a água e os ADITIVOS químicos que continuam atuando por tempo indeterminado e mantendo os materiais depositados nas barragens numa condição de “polpa” indefinidamente, atrapalhando a sua sedimentação adequada no fundo das barragens. Esta sedimentação expurgaria a água e tornaria os maciços mais estáveis, podendo até mesmo ser compactados e revegetados com cobertura de material orgânico fora dos vales de rios ou cursos d’água como é feito na mina S11D no Pará. O processo pode ter uma etapa de aquecimento da polpa para evaporação da água e queima dos materiais oleaginosos e o amido. Porque é que a polpa direcionada às barragens não se sedimenta: A parcela que é aproveitada na pelotização é o concentrado de ferro, mas a parcela contaminada com material silicoso-aluminoso junto com a água e o Oleato de Sódio (ou outro material oleaginoso), o Amido (material orgânico) e os outros contaminantes é gerada em grandes volumes e seca-la em temperaturas adequadas encareceria o custo de produção. Estes rejeitos não tem destinação que gere lucro para as empresas e não permite a compactação por décadas e décadas. As próprias empresas não saberiam afirmar quando é que este tipo de material se sedimentaria. Não existem exemplos práticos sobre a questão. Isto a empresa não informou e a imprensa não pesquisou. A VALES/A matou duas das principais bacias hidrográficas de MG e porque não do Brasil. Centenas de vidas ceifadas e o maior desastre socioambiental da história deste país. A VALE S/A já sabia que todas as barragens já tinham problemas há anos. Agora que os desastres já aconteceram adotaram a estratégia de dar avisos de emergência em todas as regiões onde estão as barragens interditadas. Logo após o segundo acidente criminoso o ex Presidente da empresa Schvartsman anunciou que iriam “DESCOMISSIONAR” as barragens, aquelas que foram interditadas por altíssimo risco. Ele não divulgou que “DESCOMISSIONAR” significa reprocessar o “rejeito” estocado há 30, 40 anos ou mais nas malfadadas barragens com altos teores de ferro. Antigamente os processos de concentração eram ineficazes e geravam um rejeito muito rico em ferro. Esta estratégia “brilhante” reprocessará o material já lavrado, britado e moído contendo Oleato de Sódio e Amido, recuperando o minério rico e mantendo assim as minas interditadas em operação e gerando lucro. Os Órgãos de controle e a imprensa são mal informados ou coniventes. A VALE S/A está blefando e enganando a população e os Órgãos de Controle mais uma vez. Perguntem isto aos especialistas das Universidades.

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