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CARNAVAL 2022: ENQUETE MOSTRA QUE MAIORIA DOS OURO-PRETANOS SÃO CONTRA A REALIZAÇÃO DA FESTA

Com o avanço da vacinação e uma melhora significativa no cenário epidemiológico de Ouro Preto, os organizadores do Carnaval no município se viram otimistas quanto à realização da festa, chegando a ter o aval momentâneo da administração pública. Entretanto, o surgimento de uma nova variante vem preocupando a população, que em sua maioria, se diz contra a realização do Carnaval 2022.

O Jornal O Liberal realizou uma enquete dia 01 de dezembro, por meio de suas redes sociais, na qual questionava a população: você é contra ou a favor da realização do Carnaval em Ouro Preto? Ao todo, 231 pessoas participaram da votação, desse número, 217 afirmaram ser contra a realização da festa. Apenas 14 pessoas se declararam a favor. Os dados mostram que 94% da população que participou da enquete é contra, enquanto 6% é a favor.

Questionados sobre o porquê de serem contra, a maioria declarou que a pandemia ainda não acabou e que a realização do Carnaval poderia aumentar, novamente, os casos de covid na cidade. “Sou contra porque ainda tem muita gente não vacinada e o vírus circula entre nós”; “porque é inadmissível colocar milhões de pessoas em risco só para fazer uma festa”; “a pandemia não acabou. A contaminação vai aumentar com pessoas vindo de todo canto do país”, “sou contra por causa dos riscos à saúde dos moradores”, afirmavam algumas das respostas.

O surgimento da ômicron, nova variante do coronavírus, também apareceu nas respostas como um dos principais motivos de preocupação da população. “Estão surgindo novas variantes a todo momento, seria loucura realizar Carnaval agora”; “por temor ao surgimento de uma nova onda com a chegada da ômicron no Brasil”; “a pandemia ainda não acabou e essa nova variante pode piorar tudo de novo”, declararam alguns moradores.

Outra questão apontada pela população foi o risco de fechar novamente os comércios de Ouro Preto. “Sou contra, não é o momento. E após o Carnaval vão fechar o comércio”; “porque não quero voltar à estaca zero, ver empresas fechando as portas e pessoas morrendo”; “depois que passar o carnaval vão fechar os comércios como medida de segurança”; “trabalhar não podia, agora carnaval pode. Depois vão impedir o povo de trabalhar novamente”, disseram participantes.

A única resposta registrada a favor da festa, lembrou que ela gera renda para pessoas de baixa renda. “Carnaval é uma importante fonte de renda para muitas pessoas de baixa renda”, afirmou.

O que dizem os especialistas?

Ao site da CNN, o infectologista Júlio Croda afirmou considerar precipitada a decisão de realizar o Carnaval no Brasil neste momento. “Não estamos conseguindo aumentar nossa cobertura, um evento desse, que é uma aglomeração de milhares de pessoas, está associado, sim, a mais transmissão, mais aumento de hospitalização e óbito”, disse. Na última segunda-feira (29), a Organização Mundial de Saúde – OMS, informou que a ômicron representa um risco global. A nova variante ainda está em estudos, mas especialistas temem que ela possa reduzir os riscos de eficácia dos imunizantes, por isso a OMS declarou: “Dependendo dessas características, é possível que haja surtos futuros de Covid-19, que podem ter consequências graves, dependendo de uma série de fatores, incluindo os lugares onde esses picos podem ocorrer”, explicou a entidade, em relatório técnico.

Posicionamento do poder público de Ouro Preto

No dia 10 de novembro, a secretária de turismo, Margareth Monteiro, afirmou que até aquele momento, o carnaval estava confirmado. “Até segunda ordem, a festa vai sim acontecer. Estamos nos preparando para que ela aconteça de um modo mais simplificado e seguindo alguns protocolos”, disse.

Alguns dias após a declaração, o secretário de governo, Felipe Guerra, informou que a decisão final se terá ou não carnaval será tomada em janeiro, pela Secretaria de Saúde. “Não é nem a Secretaria de Cultura, nem a de Turismo que irá decidir, mas sim a de Saúde que, em janeiro, com muita calma e tranquilidade, e preservando primeiramente a saúde dos ouro-pretanos, irá deliberar se terá ou não carnaval no município”, frisou o secretário.

Na próxima sexta-feira (10), o prefeito Angelo Oswaldo, irá realizar uma coletiva de imprensa, na qual irá discutir a possível realização do Carnaval em Ouro Preto. Enquanto isso, Itamonte, Itanhandu e Passa Quatro, no Sul de Minas Gerais, anunciaram que o Carnaval 2022 foi cancelado nas cidades devido aos riscos de contaminação da covid-19. Em Belo Horizonte, a festa ainda é incerta, porém, a Liga de Blocos de Rua da capital apoia a não realização de desfiles, com o intuito de não promover aglomerações nas ruas da cidade. Pesquisas apontam que 78% dos moradores da capital são contra a realização do Carnaval 2022.

Em Itabirito, a prefeitura da cidade está realizando uma consulta pública para saber a opinião dos moradores sobre a realização do Carnaval 2022. Como resultado parcial, 90,6% da população se diz contra a realização da festa nas ruas da cidade e somente 7,7% se dizem a favor. Em relação a realização de um carnaval público, mas em um local com controle de acesso, 73,6% da população também se diz contra, enquanto 19,4% se dizem a favor.

Venda de blocos e festas privadas

Mesmo sem a confirmação oficial se terá ou não Carnaval no município, e ainda sem ter um local adequado para a realização dos shows, a Liga dos Blocos de Ouro Preto iniciou as vendas dos tradicionais blocos de Carnaval. Segundo o presidente da Liga, Arthur Magalhães, “no momento em que iniciamos a venda de ingressos, a cidade estava (e ainda está) na Onda Verde do Programa Minas Consciente. De acordo com as orientações do Governo do Estado […] a realização de eventos privados é permitida”. Do mesmo modo, as repúblicas universitárias da cidade seguem vendendo pacotes para festas privadas realizadas durante o carnaval.

Cenário epidemiológico de Ouro Preto

Segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Ouro Preto, na última segunda-feira (30), a cidade tinha três novos casos confirmados de covid-19, 91 pessoas em isolamento domiciliar e uma taxa de 35% de ocupação dos leitos de UTIs da microrregião do município. A média móvel de casos (que considera a média de casos diários dos últimos sete dias) e o número de novos casos da Covid-19 diminuiu consideravelmente no Município entre 01 de janeiro a 15 de novembro. Na primeira semana de janeiro, a média móvel era de 18 casos, já nestes 18 dias de novembro, esses números têm oscilado entre dois a quatro ocorrências. Desse modo, a situação epidemiológica de Ouro Preto é considerada estável. Além disso, segundo a prefeitura do município, 82% da população ouro-pretana encontra-se vacinada.

 

 

 

 

Fonte: O liberal

Imagem: Josilaine Costa

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