Plantar, pisar na terra, apreciar a natureza, admirar o pôr do sol, fazer uma caminhada pela manhã. Especialistas afirmam que qualquer atividade que funcione como uma pausa na rotina de trabalho pode ajudar a melhorar a saúde mental, uma das questões mais afetadas durante a pandemia da Covid-19. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020, primeiro ano da pandemia, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou 25%.
Esse contexto da Covid coincide justamente com o momento em que o médico Dário Antunes Martins conseguiu colocar em prática um projeto que vinha elaborando desde 2015: o Sitioterapia. O Centro de Promoção da Saúde Humana é uma iniciativa humanitária que propõe uma fuga às atividades de trabalho e ao estresse, reunindo pessoas de diferentes faixas etárias e profissões em um encontro no meio da natureza. “É um lugar para refletirmos sobre este mundo moderno tão doente, apesar de todo avanço da medicina e de toda tecnologia de tratamento e diagnóstico”, resume.
Benefícios
A ideia de fazer atividades ao ar livre é vista com bons olhos pela psicóloga Erica Machado. “Estar em contato com a natureza nos faz experimentar sensações físicas que no dia a dia a gente não tem. Ouvir passarinhos, sentir texturas, prestar atenção em diferentes sons. Estar presente é uma grande habilidade que nos ensina a fazer escolhas melhores”, avalia.
A profissional, que também é praticante de trail run (corrida em montanha), lembra que estar em casa o tempo todo durante o período de isolamento diminuiu muito essas práticas de fuga da rotina. “Nos últimos dois anos passamos muito tempo imersos no mundo digital, fechados entre paredes. É angustiante”, diz.
Segundo a especialista, além da pandemia, a rotina também nos faz esquecer de buscar atividades de prazer, o que pode ser muito prejudicial.
Sítio
Os encontros do Sitioterapia começaram neste ano e são realizados com grupos de cerca de 30 pessoas uma vez ao mês. Segundo Dário, a expectativa do projeto, que ainda está em fase de construção, é receber pessoas todos os dias, com mutirões aos fins de semana.
A pedagoga industrial aposentada Gláucia Alves Borges, paciente de Dário, foi quem, em 2015, o ajudou a colocar o projeto em prática. Segundo ela, a proposta desde o início era ajudar a “desacelerar”. “Mente e corpo precisam ser tratados como uma coisa só. Passei muito tempo buscando médicos, fiz tudo que é exame, achei que fosse minha labirintite, mas o diagnóstico era sempre o mesmo: os médicos não encontravam nada de errado. Até entender que era a mente que não estava bem”, conta. As informações são do Hoje em Dia.